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Qual a ligação entre menopausa e declínio cognitivo?

A menopausa, uma fase natural e inevitável na vida das mulheres, traz consigo uma série de transformações físicas e emocionais que podem afetar a qualidade de vida. 

Entre os desafios enfrentados nesta etapa, a diminuição dos níveis de estrogênio, um dos principais hormônios femininos, pode ter implicações não apenas na saúde reprodutiva, mas também na função cognitiva. 

Com o envelhecimento da população e o crescente interesse em manter a saúde do cérebro, entender a relação entre a menopausa e declínio cognitivo torna-se fundamental.

No artigo que compartilho abaixo, abordo a relação entre o declínio cognitivo e a redução dos níveis de estrogênio durante a menopausa, apresentando os aspectos fisiológicos envolvidos no processo e descrevendo como a queda deste hormônio pode afetar a função cerebral. 

Vamos conferir?

Menopausa e declínio cognitivo

O estrogênio, além de sua função no sistema reprodutivo feminino, desempenha um papel crucial na proteção e no funcionamento do cérebro. 

Estudos indicam que a redução dos níveis de estrogênio durante a menopausa pode estar relacionada a um maior risco de declínio cognitivo e doenças neurodegenerativas, como a doença de Alzheimer.

O estrogênio também afeta várias funções cerebrais, incluindo a regulação do humor, a memória e a cognição. 

Esse hormônio atua como um neuroprotetor, ajudando a manter a saúde das células cerebrais e a promover a neurogênese – formação de novos neurônios. 

Além disso, o estrogênio modula a comunicação entre os neurônios, facilitando a transmissão de sinais e a plasticidade sináptica, o que é essencial para a aprendizagem e a memória.

O papel do estrogênio

Durante a menopausa, a redução dos níveis de estrogênio pode afetar negativamente essas funções cerebrais. 

A queda hormonal pode levar a uma diminuição da neurogênese e da plasticidade sináptica, resultando em dificuldades de aprendizagem e memória. 

A diminuição do estrogênio também pode favorecer processos inflamatórios e o estresse oxidativo no cérebro, contribuindo para o desenvolvimento de doenças neurodegenerativas.

Vários estudos têm investigado a relação entre a menopausa, a redução do estrogênio e o declínio cognitivo. Um estudo longitudinal mostrou que mulheres na perimenopausa e na pós-menopausa apresentaram um declínio na memória verbal, em comparação com mulheres pré-menopáusicas, sugerindo uma associação entre a redução do estrogênio e o declínio cognitivo.

Em uma revisão sistemática e meta-análise, também encontraram evidências de que a terapia hormonal na menopausa pode melhorar a função cognitiva em mulheres na pós-menopausa, especialmente em relação à memória verbal e à atenção.

Cada mulher é única!

No entanto, é importante destacar que nem todas as mulheres experimentam declínio cognitivo significativo durante a menopausa, e os fatores que contribuem para essa variação ainda não são totalmente compreendidos. 

Além disso, algumas técnicas podem ser usadas para prevenir o declínio cognitivo na menopausa, tais como: 

Terapia de reposição hormonal (TRH)

A TRH é uma opção para algumas mulheres, especialmente aquelas com sintomas severos da menopausa. A reposição de estrogênio pode ajudar a melhorar a função cognitiva e aliviar outros sintomas da menopausa. Consulte seu médico para avaliar se a TRH é apropriada para o seu caso.

Atividade física regular

A prática de exercícios físicos tem se mostrado eficaz na promoção da saúde cerebral e na prevenção do declínio cognitivo. Estudos sugerem que atividades aeróbicas, como caminhadas e corridas, podem melhorar a circulação sanguínea no cérebro, promover a liberação de substâncias neuroprotetoras e aumentar a neuroplasticidade.

Alimentação saudável

Uma dieta equilibrada e rica em antioxidantes, ácidos graxos ômega-3, vitaminas e minerais pode contribuir para a saúde cerebral e prevenir o declínio cognitivo. Inclua alimentos como frutas, vegetais, peixes, nozes e grãos integrais na sua alimentação diária. Além disso, evite o consumo excessivo de gorduras saturadas, açúcares e alimentos processados, que podem contribuir para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares e afetar negativamente a cognição.

Estimulação cognitiva

Manter o cérebro ativo e engajado em atividades intelectuais pode ajudar a preservar a função cognitiva. Atividades como leitura, resolução de quebra-cabeças, jogos de raciocínio e aprendizado de novas habilidades podem estimular a neuroplasticidade e fortalecer as conexões neuronais.

Controle do estresse

O estresse crônico pode ter efeitos negativos no cérebro, incluindo a redução da neurogênese e a diminuição da função cognitiva. Práticas como meditação, yoga, tai chi e outras técnicas de relaxamento podem ajudar a reduzir o estresse e melhorar a saúde mental.

Sono adequado

A privação de sono pode prejudicar a função cognitiva e contribuir para o declínio cognitivo. Garantir uma rotina de sono saudável, com 7 a 9 horas de sono por noite, é fundamental para a saúde cerebral e a consolidação da memória.

Controle de doenças crônicas

Manter doenças crônicas como hipertensão, diabetes e dislipidemia sob controle é essencial para a saúde do cérebro. Essas condições podem aumentar o risco de demência e outras doenças neurodegenerativas, além de agravar os efeitos da menopausa no declínio cognitivo.

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Cuide dos seus hormônios

A menopausa e a consequente redução dos níveis de estrogênio podem estar relacionadas ao declínio cognitivo em algumas mulheres. Isso acontece devido à função neuroprotetora do hormônio e à sua influência na plasticidade sináptica e na neurogênese. 

Estudos respaldam essa relação, indicando que a terapia hormonal pode trazer benefícios cognitivos para algumas mulheres na pós-menopausa.

No entanto, é fundamental lembrar que a experiência da menopausa varia entre as mulheres e que nem todas apresentam declínio cognitivo significativo. 

Além disso, a terapia hormonal deve ser avaliada individualmente, considerando os riscos e benefícios para cada paciente. 

Por fim, espero que tenha compreendido a relação entre menopausa e declínio cognitivo e, para mais informações como esta, siga também meu canal do YouTube.