Menopausa e infecções da bexiga são uma relação frequente que vejo nos consultórios médicos. E isso não acontece por acaso não!

Cerca de metade das mulheres terão pelo menos uma infecção do trato urinário em suas vidas, e cerca de 40% dessas mulheres terão recorrências. 

As infeções do trato urinário ou da bexiga podem ocorrer em mulheres de qualquer idade, mas as mulheres desenvolvem um risco aumentado para isso na menopausa. Para saber os motivos, compartilho o artigo abaixo repleto de informações. Confira!

Infecções da bexiga e anatomia feminina

As bactérias causadoras de infecções geralmente entram no trato urinário através da uretra, aquela minúscula estrutura semelhante a um tubo que transporta a urina para longe da bexiga e para fora do corpo. 

Depois de se estabelecerem na uretra, as bactérias podem se multiplicar rapidamente e se espalhar para a bexiga e outras estruturas do sistema urinário.

A uretra masculina sai do corpo na ponta do pênis e segue um caminho relativamente longo e sinuoso a partir da bexiga, tornando um tanto difícil para as bactérias se instalarem e se multiplicarem. 

A uretra feminina, no entanto, é curta e reta, leva diretamente à bexiga e sai logo atrás do clitóris, muito perto das aberturas vaginal e retal onde as bactérias prosperam naturalmente.

Mas essas diferenças estruturais ajudam a explicar por que as mulheres são muito mais propensas a desenvolver infeções do trato urinário do que os homens. A anatomia feminina e as alterações hormonais também desempenham papéis significativos nas infecções da bexiga pós-menopáusicas recorrentes.

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Menopausa e infeções da bexiga

Em mulheres mais jovens, as infecções urinárias geralmente estão ligadas à relação sexual, que pode transferir bactérias do reto e da vagina para a uretra. Já menopausa e infeções da bexiga, no entanto, estão frequentemente relacionadas à diminuição dos níveis de estrogênio e alterações físicas associadas.

O estrogênio ajuda as bactérias “boas” (lactobacilos) que ocorrem naturalmente dentro da vagina a prosperar. Por exemplo, os lactobacilos produzem um ácido que reduz o pH da vagina, o que controla as bactérias causadoras de infecções também presentes na vagina. Quando os níveis de estrogênio diminuem, as bactérias “ruins” se multiplicam e aumentam o risco de infecções.

Outras alterações da menopausa que elevam o risco de infecções do trato urinário incluem:

• Adelgaçamento e secura/irritação do tecido vaginal
• Enfraquecimento do assoalho pélvico e queda dos órgãos pélvicos (prolapso de órgãos pélvicos)
• Perda urinária (incontinência)
• Dificuldade em esvaziar a bexiga

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Como prevenir as infecções de bexiga na menopausa

Sempre urinar antes e depois do sexo, especialmente se você já estiver propensa a infecções do trato urinário. O fluxo urinário pode limpar mecanicamente as bactérias da abertura uretral, minimizando o risco de infecção.

Alguns estudos mostraram que o uso de probióticos para equilibrar o microbioma vaginal pode ajudar a prevenir a recorrência de algumas infecções geniturinárias, mas para isso é sempre necessário buscar orientação médica.

Suplementos à parte, certifique-se de se hidratar bem e urinar regularmente. Segurar a urina por um período prolongado pode aumentar o risco de infecção. Evite também ficar com roupas úmidas, como maios e biquínis. As bactérias adoram se proliferar em ambientes úmidos e quentes. 

Gerenciar a secura vaginal também pode ajudar a prevenir infecções do trato urinário na menopausa. Por exemplo, o uso regular de um hidratante vaginal ajudará a manter o tecido genital mais elástico e flexível e menos sujeito a abrasão durante a relação sexual. Um bom lubrificante, usado durante o sexo, também pode ajudar.

Lembre-se de que as alterações vaginais decorrentes da menopausa podem ser crônicas e progressivas se não forem tratadas proativamente, e as infecções do trato urinário estão definitivamente relacionadas. 

Por fim, espero que tenha compreendido a relação entre menopausa e infecções da bexiga e, para aprofundar ainda mais seu conhecimento sobre este e outros temas, siga também meu canal do YouTube!