A endometriose e infertilidade compartilham uma estreita relação. E compreender os aspectos envolvidos neste processo é fundamental.
Importante lembrar que a endometriose é uma doença hormônio-dependente, crônica, que afeta aproximadamente 6 milhões de mulheres no Brasil e cerca de 176 milhões de mulheres em todo o mundo.
Trata-se de uma doença enigmática, caracterizada pela presença de tecido endometrial – que normalmente reveste o útero – fora da cavidade uterina. Essa condição pode levar a dores intensas, menstruações irregulares e, em muitos casos, à infertilidade.
No Brasil, estima-se que cerca de 40% das mulheres com endometriose enfrentam problemas de infertilidade. No artigo que compartilho com vocês abaixo, explico essa relação entre a endometriose e infertilidade, detalhando os aspectos fisiológicos envolvidos e como isso impacta a vida das mulheres afetadas.
A relação entre endometriose e infertilidade
A endometriose pode causar a formação de aderências e cicatrizes no tecido circundante, afetando a anatomia pélvica e levando à obstrução das tubas uterinas.
As tubas são essenciais para a fertilidade, uma vez que permitem a passagem do óvulo do ovário até o útero e a entrada dos espermatozoides para a fecundação.
Estudos indicam que a obstrução tubária é responsável por cerca de 30-50% dos casos de infertilidade associados à endometriose.
Impacto na qualidade do óvulo
A endometriose pode afetar negativamente a qualidade dos óvulos. Estudos mostram que mulheres com endometriose possuem maior incidência de óvulos anormais e menor quantidade de óvulos viáveis.
Além disso, a inflamação causada pela endometriose pode prejudicar o ambiente no qual os óvulos se desenvolvem, comprometendo a fertilidade.
Alterações no peritônio
O peritônio é uma membrana que reveste a cavidade abdominal e pélvica. Na endometriose, o tecido endometrial pode se infiltrar no peritônio e causar inflamação e formação de aderências. Esse processo pode dificultar a mobilidade do óvulo e do espermatozoide, reduzindo a probabilidade de fecundação.
Desequilíbrio hormonal
A endometriose é associada a um desequilíbrio hormonal que pode afetar a ovulação. Um estudo publicado no Fertility and Sterility mostrou que mulheres com endometriose apresentam níveis mais baixos de progesterona, um hormônio importante para a implantação do embrião e a manutenção da gravidez.
Estudos científicos que reforçam a conexão
Um estudo publicado no Human Reproduction, analisou a prevalência da endometriose em mulheres inférteis e encontrou uma taxa de 25-50%.
Outro estudo, publicado na revista Reproductive Biology and Endocrinology, mostrou que a endometriose prejudica a qualidade dos óvulos e a taxa de implantação em mulheres submetidas à fertilização in vitro (FIV).
Por fim, uma revisão sistemática, publicada no Journal of Assisted Reproduction and Genetics, concluiu que a endometriose está associada a um risco aumentado de infertilidade e que o tratamento cirúrgico da doença pode melhorar as taxas de gravidez em mulheres afetadas.
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Endometriose e infertilidade
A endometriose é uma doença complexa e multifacetada, que afeta milhões de mulheres em todo o mundo. Há uma conexão clara entre a endometriose e infertilidade, com diversos mecanismos fisiológicos envolvidos. Por exemplo, obstrução das tubas uterinas, impacto na qualidade do óvulo, alterações no peritônio e desequilíbrio hormonal.
Os estudos científicos citados neste artigo corroboram a relação entre essas duas condições, ressaltando a importância de um diagnóstico precoce e tratamento adequado da endometriose.
Para as mulheres afetadas, é fundamental buscar informações e apoio médico, além de considerar opções de tratamento para melhorar as chances de engravidar e ter uma vida reprodutiva saudável.
A conscientização sobre a endometriose e infertilidade é crucial para aumentar a qualidade de vida das mulheres afetadas e auxiliar no desenvolvimento de políticas públicas e tratamentos eficazes. E para mais informações como esta, siga também meu canal do YouTube!
