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Obesidade: É dever do ginecologista conduzir o seu manejo

Temos visto um aumento da obesidade das mulheres nos últimos anos. E isso vem gerando uma preocupação muito grande. 

Um dos exemplos é que a Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia) começou a estimular que nós, enquanto ginecologistas, tivemos uma abordagem maior e mais enfática em relação à obesidade.

Portanto, não estranhe se na consulta ginecológica seu médico começar a lhe fazer perguntas sobre seu peso, e tentar lhe ajudar a manejar seu aumento de peso.

Aliás, é dever do ginecologista também tratar essa condição na mulher. Sabe como? Confira no artigo!

Culpadas pela obesidade?

Infelizmente as pessoas costumam julgar muito as pessoas obesas, achando que a comida é a principal culpada pelos quilos extras. 

Obesidade não é apenas alimentação. Quando há um desiquilíbrio entre as calorias ingeridas e gastas, é claro que haverá armazenamento de energia em forma de gordura.

Mas há diversos mecanismos especialmente hormonais que estimulam o acúmulo de gordura. 

Um deles que comentamos muito é a resistência insulínica, ou intolerância aos carboidratos, que é extremamente presente na população atual.

Hoje grande parte das pessoas não tem tempo para se alimentar de forma correta, e acaba consumindo porcarias, alimentos industrializados, alimentos enlatados, os junk foods, os fast foods da vida. 

Esse consumo continuado de açúcar e carboidratos simples faz com que tenhamos picos de açúcar no sangue o tempo inteiro. 

Como o açúcar é extremamente tóxico para o organismo, e para que ele não tenha esse efeito de glicotoxidade, surge a insulina.

Esse hormônio é produzido no pâncreas, e “abre as portas das células”, que utilizam esse açúcar como fonte de energia.

Resistência insulínica

Mas com o passar de meses, anos, essas altas doses de açúcar fazem com que a insulina canse de fazer sua função. É aí que cria-se essa condição chamada de resistência à insulina.

Isso quer dizer que esse açúcar não vai conseguir realizar sua função metabólica de servir como uma fonte de energia. 

Mas como tudo que temos em excesso no organismo o corpo tem como hábito acumular, esse açúcar é transformado em gordura visceral. 

Esse é um tipo de gordura que que fica localizada na cavidade abdominal.

Além disso, nas mulheres com resistência insulínica há uma deposição de gordura visceral e isso apresenta um risco aumentado para as doenças cardiovasculares.

Como tratar a obesidade

Dessa forma, sempre que estivermos à frente de uma pessoa obesa, devemos tratá-la, e jamais julgá-las.  Não devemos achar que a obesidade esteja apenas ligada à alimentação.

Devemos ainda, como profissionais de saúde, estimular cada vez mais que as pessoas não sejam sedentárias. Devemos incentivá-las a praticar atividades físicas de forma regular.

Claro que para que cada idade, para doença, e para cada objetivo, há um padrão de atividade física específico.

É por isso que quando falamos em saúde uma equipe multidisciplinar. Ela deve ser formada por um bom médico que pode ser seu ginecologista.

Além disso, deve também ter uma equipe de nutrição, que possa elaborar um plano alimentar que te permita várias opções de alimentação para tornar sustentável esse plano.

E por fim, devemos ter um profissional de educação física que terá um papel fundamental. Ele irá elaborar o melhor padrão de treino para facilitar que você emagreça.

Cuide de você!

Não devemos ficar pensando em gordofobia, até porque isso é ridículo. A gordura é um órgão inflamatório, ele compõe o tecido adiposo que produz as citocinas inflamatórias.

É por isso que a obesidade contribui negativamente para o surgimento de várias outras doenças, tais como:

  • Câncer
  • Doenças cardiovasculares
  • Resistências insulínicas
  • Síndrome metabólica
  • Síndrome dos ovários policísticos (SOP)
  • Entre outras

Portanto, precisamos cuidar sim do manejo do peso e tratar a obesidade. Nesse sentido, o ginecologista também tem um papel fundamental nesse processo.

Espero que tenha compreendido melhor o papel do ginecologista sobre o manejo da obesidade. E para saber mais, confira o vídeo que gravei para meu canal no Youtube. É só dar o play abaixo!